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A Descoberta Inicial do PCC e Seus Primeiros Sinais

  • Foto do escritor: Fernando G. Montenegro
    Fernando G. Montenegro
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura

Presos em rebelião na prisão de Taubaté, exibindo coordenação que levou à descoberta do PCC.

Origens na Rebelião de Taubaté

Em 1997, durante a cobertura de uma rebelião na Casa de Custódia de Taubaté, foram identificados os sinais de uma organização criminosa inédita no sistema prisional paulista. Ao contrário das rebeliões caóticas comuns na época, aquela ação era coordenada, com presos obedecendo ordens de um líder chamado Macalé — figura que se apresentava como “sintonia”, termo usado até hoje para designar comandantes locais do Primeiro Comando da Capital (PCC). Intrigada com a estrutura e disciplina observadas, a jornalista Fátima Souza iniciou uma investigação que culminou na revelação da existência e descoberta do PCC. Após insistir em entrevistar Macalé, recebeu o estatuto da facção e, dias depois, foi contatada por Cesinha (César Augusto Roriz da Silva), um dos oito fundadores do grupo. Ele explicou que o PCC surgiu como uma resposta à violência institucional, à humilhação das famílias dos presos e à ausência de representação. No início, suas demandas eram básicas: melhores condições nas celas, visitas íntimas, alimentação adequada e respeito aos direitos dos detentos.


Revelações Iniciais e Negação Estatal

Desde suas primeiras denúncias, a jornalista passou a receber continuamente novos materiais, revelando que o poder paralelo iniciado nas celas se espalhou por todo o Brasil — e hoje, pelo mundo. Esta pioneira nas reportagens sobre o PCC, afirma que o Estado continua negligente: “Finge que não vê que o PCC está mandando droga para fora do país, cooptando a polícia, pagando estudos de concurseiros e de advogados.” Para ela, os sucessivos governos, ao ignorarem os sinais e falharem nas tentativas de desarticulação, contribuíram diretamente para o crescimento da facção. “O PCC é um gigante que tomou essa proporção por inoperância do Estado.” Apesar dos sinais evidentes de organização, o Estado inicialmente negou a existência do PCC. As primeiras reportagens sobre a facção foram classificadas como notícias falsas (fakenews) pelo secretário de administração penitenciária. O então governador Mário Covas chegou a dizer publicamente que as afirmações eram equivocadas. Mesmo diante da resistência oficial, foram apresentadas provas, documentos e contatos diretos com membros da facção, incluindo fundadores como Cesinha, Geleia, Sombra e Julinho Carambola.


Provas e Colaboração com Autoridades

Um dos promotores do Ministério Público passou a colaborar com a jornalista, reconhecendo oficialmente a existência do PCC em seu diário oficial — o que gerou atrito com o governo estadual. A partir daí, novas evidências surgiram: vídeos com armamentos pesados, inclusive explosivos militares, e relatos sobre o “PCC Mirim”, formado por adolescentes armados em centros de internação como as antigas sedes da Fundação Estadual de Bem Estar do Menor (FEBEM). Mesmo diante da ameaça de servir como propaganda involuntária, a equipe de jornalismo decidiu exibir os vídeos, justificando a publicação como resposta à negação sistemática das autoridades. A repercussão forçou outros veículos, como a Rede Globo, a abordarem o tema — ainda que se apresentassem como pioneiros, usando materiais originalmente levantados por Souza e compartilhados com o MP. Em 2025, investigações recentes confirmam que o PCC continua a recrutar jovens em centros de detenção, com relatos de infiltração em mais de 80 grupos criminosos no Brasil. Além disso, a infiltração em serviços financeiros como empréstimos, hipotecas/financiamento imobiliário  e crédito  permite lavagem de dinheiro eficiente, enquanto conexões com serviços de advogado/procurador  e advogado  garantem proteção legal. O PCC também explora nichos como seguros  para cobrir riscos operacionais, e até programas de graduação/diploma  financiados para membros, além de hospedagem  de sites para apostas online e processos de reivindicação/sinistro  em fraudes. Doações  fictícias via campanhas de doação ajudam a mascarar fundos ilícitos.


Fernando G. Montenegro

Qualquer Missão Em Qualquer Lugar

2 comentários

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Ss
há 3 dias
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Perfeito

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Ryan
há 4 dias
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Muito bom

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