O Vexame Anunciado: O Brasil Isolado e a Exposição das Forças Armadas
- Fernando Montenegro
- há 5 dias
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🌍 A escalada internacional contra o crime organizado - O Brasil Isolado

Desde fevereiro de 2025, os Estados Unidos intensificaram sua ofensiva contra o narcotráfico latino-americano. O governo Trump classificou oito grupos como organizações terroristas estrangeiras, incluindo o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). Essa medida autoriza ações militares extraterritoriais, bloqueios financeiros e operações de inteligência mesmo sem autorização dos países envolvidos.
Mais de 4.000 militares americanos, incluindo fuzileiros navais, submarinos nucleares e aeronaves de reconhecimento, foram deslocados para o Caribe e América do Sul. O objetivo é desmantelar redes que financiam o tráfico de fentanil e cocaína, com foco em regiões como a Tríplice Fronteira e a Venezuela, onde o grupo Hezbollah mantém operações ilícitas.
Cooperação regional: Paraguai e Argentina se alinham
Enquanto o Brasil resiste, Paraguai e Argentina intensificam a colaboração com Washington. O Paraguai instalou uma base antiterrorista com apoio do FBI, voltada para combater o Hezbollah e o crime organizado na Tríplice Fronteira. O país reconheceu oficialmente o Hezbollah como organização terrorista e passou a integrar operações de inteligência com os EUA, Chile e Colômbia.
A Argentina, por sua vez, renovou acordos de segurança e participa do Comando Tripartite, estrutura de cooperação entre Brasil, Argentina e Paraguai criada em 1996. Embora o Brasil tenha assinado a renovação do acordo em maio de 2025, vetou trechos que classificavam facções como terroristas, contrariando os apelos americanos.
O Planalto expõe os militares ao constrangimento
A insistência do governo brasileiro em preservar uma interpretação jurídica restrita da Lei Antiterrorismo coloca as Forças Armadas em uma situação vexatória. Caso os EUA decidam realizar uma operação pontual contra o PCC ou o CV em território brasileiro, os militares terão que escolher entre:
Reagir militarmente, com risco de confronto direto e derrota humilhante;
Ignorar a ação, expondo-se à acusação de omissão;
Colaborar informalmente, violando a Constituição e a soberania nacional.
O Brasil não possui estrutura militar compatível com a escala de mobilização americana. Segundo a CNN Brasil, o destacamento americano inclui submarinos nucleares, destróieres, cruzadores de mísseis e unidades expedicionárias de fuzileiros navais. A simples tentativa de impedir uma ação americana poderia resultar em exposição internacional das limitações operacionais brasileiras.

Hezbollah na Venezuela: ameaça silenciosa
A presença do Hezbollah na América Latina é confirmada por investigações internacionais. Segundo O Globo, cerca de 400 comandantes do grupo foram enviados para países como Brasil, Colômbia, Equador e Venezuela, após perdas no Oriente Médio. A Venezuela é apontada como base operacional do grupo, com envolvimento em tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e garimpos ilegais.
O Departamento de Estado dos EUA ofereceu US$ 10 milhões por informações que levem à interrupção dos mecanismos financeiros do Hezbollah na região. A Tríplice Fronteira é considerada uma zona crítica de atuação ilícita, com conexões entre facções brasileiras e grupos extremistas.
O crime organizado como ameaça transnacional
Segundo o Ministério da Justiça, 88 facções criminosas operam no Brasil, com presença em todas as regiões. O PCC atua em 25 estados, enquanto o CV está presente em 26 unidades federativas. Essas organizações controlam territórios, influenciam eleições e mantêm conexões internacionais.
A atuação transnacional exige uma resposta coordenada. O Brasil, ao se isolar, compromete sua capacidade de enfrentar o crime organizado e expõe suas instituições à fragilidade. A ausência de uma política clara coloca os militares em uma posição desconfortável, sem recursos nem respaldo político para agir com firmeza.
Conclusão: o Brasil precisa agir antes que seja tarde
A criminalidade organizada não respeita fronteiras, leis ou discursos. Ela se alimenta da omissão, da burocracia e do medo. Se o Brasil continuar hesitando, outros países agirão com ou sem convite. E quando isso acontecer, talvez seja tarde demais para recuperar o controle.
A soberania verdadeira não está em negar a realidade, mas em liderar soluções. O Brasil precisa rever sua legislação, alinhar governo e Forças Armadas, e assumir o protagonismo no combate ao crime transnacional. Se não o fizer, o vexame será inevitável e público.
Fernando Montenegro
Qualquer Missão Em Qualquer Lugar
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