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Fragmentação dos Conflitos: A Evolução da Guerra na Era Moderna


Um mapa-múndi estilizado e fragmentado, ilustrando a Fragmentação dos Conflitos. A imagem mostra áreas de conflito espalhadas pelo globo, com ícones representando táticas de guerra modernas como drones e grupos pequenos de soldados, em vez de grandes exércitos.

Desde a Guerra Fria, a natureza dos conflitos tem mudado drasticamente. A evolução tecnológica influenciou e alterou a forma como as guerras são travadas. Se antes tínhamos como principal preocupação a repetição de guerras mundiais ou a guerra revolucionária de guerrilha , hoje a fragmentação dos conflitos é a característica mais marcante da nossa era.

A ameaça nuclear durante a Guerra Fria tornou o confronto convencional entre as grandes potências praticamente impossível. Isso deu lugar a confli

tos na periferia, que ficaram conhecidos como guerras de "baixa intensidade" ou "assimétricas". A evolução dos armamentos tornou as grandes concentrações de militares extremamente vulneráveis , uma lição aprendida desde a Guerra Civil Americana e acentuada na Primeira Guerra Mundial. Hoje, a tecnologia da artilharia convencional já pode ter um desempenho similar ao de uma arma nuclear de pequeno calibre.


Como a Fragmentação dos Conflitos Mudou a Guerra Tradicional

O colapso das guerras tradicionais pós-Guerra Fria foi abrupto. Conflitos como a Guerra Irã-Iraque, na década de 1980, são modelos que dificilmente veremos no futuro próximo. Isso acontece não só pela vulnerabilidade das concentrações militares, mas também porque poucos têm os meios para travar guerras tão longas e caras com armamentos sofisticados. Um exemplo clássico é a Guerra do Golfo de 1991, onde a superioridade tecnológica americana determinou o resultado antes mesmo da invasão terrestre. Embora ainda vejamos confrontos entre nações, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, a maioria das guerras atuais não é travada entre Estados. Com o enfraquecimento de nações e a perda do monopólio da violência pelos governos, os conflitos ocorrem frequentemente entre entidades políticas legítimas ou não. É nesse contexto que se encaixam as lutas em lugares como as favelas do Rio de Janeiro, as selvas colombianas, o Iraque e a Síria, onde o campo de batalha clássico desaparece e dá lugar a diversos microcampos de batalha.


É importante notar que esse tipo de guerra, a assimétrica, é o único em que os Estados Unidos foram derrotados, como no exemplo da Guerra do Vietnã e do Afeganistão. A superioridade tecnológica de algumas potências militares torna impossível que sejam enfrentadas em um campo de batalha convencional, o que força a guerra a ocorrer de outras maneiras.


A consequência mais visível desse fenômeno é a fragmentação dos conflitos. O campo de batalha clássico, com frentes e retaguarda bem definidas, desapareceu. A violência se espalha e se manifesta em insurgências criminais ou atentados terroristas. Isso exige que as Forças Armadas e policiais se reestruturem para responder a novas ameaças que ainda não conhecemos, dentro e fora do território nacional. Para enfrentar esses novos cenários, é preciso balancear o uso de blindados, helicópteros, drones e efetivos humanos.

 

Nandho Monttnegro

Qualquer Missão Em Qualquer Lugar

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