As 7 Fases de um Atentado Terrorista e a Nossa Segurança Cibernética
- Fernando Montenegro
- 11 de ago.
- 3 min de leitura

Como o marketing digital e a segurança cibernética de dados se cruzam na prevenção do terrorismo.
Como um observador atento da segurança global, percebi que o terrorismo continua a ser uma ameaça tão potente hoje quanto há uma década. As redes extremistas e suas ideologias continuarão a ser um perigo por muitos anos, e o papel de entidades como o Conselho de Segurança da ONU permanece vital. O próprio Ban Ki Moon, Secretário Geral da ONU, afirmou isso em uma reunião em 2011.
A sofisticação dos atentados terroristas nas últimas duas décadas me surpreendeu. O planejamento detalhado não busca apenas o máximo de mortes, mas também como usar as mídias para ampliar a visibilidade e aumentar a sensação de insegurança na opinião pública. Ao agir assim, as organizações terroristas conseguem fazer com que uma ação tática alcance os níveis Operacional, Estratégico e até o Político, que é o mais alto.
A metodologia de planejamento de um atentado terrorista segue uma cartilha de sete fases, independentemente das técnicas e táticas escolhidas. Acompanhar essas fases é crucial para qualquer estratégia de defesa.
Fase 1: Busca de Informações. A primeira fase é a busca de informações sobre alvos potenciais com grande visibilidade na mídia. A prioridade são alvos que criem o maior impacto possível na mídia internacional, alinhados aos objetivos estratégicos da organização. Pense em como o marketing de conteúdo terrorista funciona, selecionando alvos para maximizar o alcance e o impacto.
Fase 2: Vigilância e Inteligência. Na segunda fase, há a vigilância e o levantamento de inteligência dos alvos selecionados. Um esforço maior é investido naqueles alvos com maior potencial de vulnerabilidade. Durante essa vigilância, eles priorizam a observação de indivíduos, instalações, rotinas, transporte e medidas de segurança.
Fase 3: Seleção do Alvo Específico. Se tudo correr bem, a terceira fase é a seleção do alvo específico que será objeto do planejamento real. Para essa escolha, eles se questionam: a ação afetará uma ampla audiência? O alvo atrairá a atenção da mídia? A ação transmitirá a mensagem correta? O efeito será consistente com os objetivos da organização? A análise de custo-benefício favorece a operação? Este é o momento em que a organização decide se o “ROI” (Retorno sobre o Investimento) do ataque compensa.
Fase 4: Vigilância Pré-Ataque. A quarta fase é a vigilância que precede o ataque para lapidar o planejamento final. As informações precisam ser altamente detalhadas para definir logística e procedimentos operacionais. Essa fase pode levar dias, meses ou até anos. É aqui que os terroristas, como qualquer consultoria de marketing, validam seus planos e logística antes da "campanha" final.
Fase 5: Ensaios. A quinta fase é a dos ensaios. Assim como em qualquer operação militar, os ensaios são realizados para corrigir falhas e aumentar as chances de sucesso. Essa é a última chance para que os gestores de segurança, usando sistemas de inteligência, identifiquem as células terroristas e interrompam o ataque. Por exemplo, no Rio 2016, a quinta fase pode ter sido atingida, mas os planos foram abandonados. A segurança na ocasião foi reforçada com treinamentos e panfletos explicativos, aumentando os alertas sobre mochilas e bolsas abandonadas, o que pode ter sido um fator decisivo.
Fase 6: Ação no Objetivo. A sexta fase é a ação no objetivo. Em muitos casos, percebemos que ocorrem vários ataques simultâneos em alvos diferentes. Essa característica das campanhas terroristas contemporâneas dificulta a capacidade de prevenção e reação das agências de inteligência. Os terroristas contam com a vantagem de escolher o local, a surpresa tática e o momento de execução.
Fase 7: Fuga, Evasão e Exploração. A sétima e última fase abrange a fuga, a evasão e a exploração. A exploração pós-ataque é a razão de ser de todo ato terrorista, que busca usar todas as mídias disponíveis para difundir o evento. Eles preparam textos, usam a internet, rádio, vídeos, televisão e podcasts para garantir agilidade na difusão e aproveitamento do momento. A internet banda larga para negócios e a segurança de dados são essenciais para evitar que esses atos cheguem ao público através dos canais de comunicação.
Organizações como o Estado Islâmico, Hamas, Hezbollah e Al Qaeda demonstram um alto grau de sofisticação em seu planejamento e capacitação técnica, com operações que se assemelham a forças de operações especiais. Por isso, muitos países perceberam que é quase impossível impedir que essas ações ocorram. Como compensação, o foco tem sido a capacitação das forças de reação e controle de danos.
Um exemplo recente disso é o G20 de 2025 na África do Sul, onde as autoridades têm se preparado intensamente para enfrentar essa ameaça, mesmo sem uma tradição recente de atentados. A esperança é de que a segurança esteja estruturada para o desafio, dada a triste história de ações terroristas em eventos de grande escala.
Fernando Montenegro
Qualquer Missão Em Qualquer Lugar
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